Quarto de Hóspedes.

Abri e fechei desajeitadamente a porta de casa e fui directamente para o quarto de hóspedes, deitando-a na cama. Não sabia o que fazer, por isso tentei abaná-la um bocadinho e bater levemente na sua face, tentando acordá-la - Lydia? Lydia acorda por favor! - pedia preocupado e aflito

Acordei passado algum tempo mas já não estava no mesmo sitio, estada deitada sobre uma cama fofa entre uns lençois de cetim e uma manta que fazia um leve peso sobre o meu corpo, mantendo-me aquecida. - Onde é que eu estou ? - perguntei, tentando sentar-me mas ao tentar levantar a minha cabeça, esta pesava quilos

- Estás em minha casa. Tem calma, deixa-te estar deitada, sim? Queres algo para comer? - perguntei passando a mão pela sua testa, para verificar se tinha febre

- Não, não é preciso Jackson - levantei-me mesmo que ele tivesse mandado o contrário - Eu já estou bem, não precisavas de me ter trazido para aqui, é perigoso para ti - tentei levantar-me mas ainda estava um pouco fraca por isso acabei por cair no seu colo

- Não, não estás nada bem Lydia. Não é perigoso, e mesmo que alguém queira fazer algo, eu protejo-te, não te preocupes, está bem? Agora diz-me, o que queres comer? Deves ter fome.. - questionei voltando a deitá-la devagarinho na cama

- Vais magoar-te ao tentar proteger-me, um Alpha é muito forte - suspirei, deitando a cabeça para o lado contrário de onde ele estava - Eu devia ter-me escondido melhor, pensava que ali ninguém me veria - resmunguei para mim própria - Não preciso de nada, obrigada. Eu estou bem, não preciso de comer muito frequentemente

- não precisas de comer muito frequentemente? como assim? - perguntei confuso, olhando-a

- Eu tenho energia a mais - disse, tentando desviar assunto porque não tinha a certeza se ele era humano ou se era de outra especie, por isso a minha preocupaçao era tanta - eu so como quando fico fraca, o que acontece poucas vezes, eu como mais por "prazer" do que necessidade.

- Ahh..! Interessante! - Afirmei sorrindo amigavelmente. Eu queria ajudá-la, mas cada vez que eu tento ela parece que me afasta por alguma razão que eu desconheço.. Será que não é humana? Ou desconfia que eu não seja?

- Obrigada Jackson por me teres trazido para aqui e me teres ajudado mas eu tenho mesmo de ir - sentei-me na cama e quando me senti com equilibrio suficiente levantei-me, mantendo-me firme - Obrigada - depositei um beijo na sua bochecha

- Mas.. Já vais? Tens a certeza? Podes ficar por cá até te sentires melhor, ou achares mais seguro.. - Disse olhando-a. Não queria que fosse embora enquanto não estivesse suficientemente bem, mas também não a posso obrigar a ficar

- A serio Jack, eu não quero que nada te aconteça e eu tenho um "radar" - fiz aspas com os dedos - e atraio azar e problemas, tenho mesmo de me ir embora antes que tenhas problemas - acariciei o seu rosto

Acariciei igualmente o seu rosto, olhando os seus olhos - Não trazes problemas nenhuns, e se alguém te quiser fazer mal eu protejo-te, como já te tinha dito..

- Mas eu nao quero que te magoes ao tentares proteger-me - suspirei - compreendes ? - perguntei, pondo-me em bicos de pes para beijar a sua testa - tenta não te meteres em sarilhos

- Eu não me magoo! Tens mesmo a certeza..? - Voltei a perguntar, ajeitando o seu cabelo

- Podes.te magoar muito facilmente se alguem for mais forte que tu - eu estava a tentar protege-lo, porque é que ele tornava esse processo tao dificil ? - Assim comigo longe ja nao ficas incluido no radar

Mas porque é que ela não percebe que eu não a quero longe de mim? E porque é que eu.. Ah! - Mas eu não quero que te aconteça alguma coisa... - Afirmei baixinho baixando a cara

- É preferivel só a mim do que aos dois - puxei-o pela mão para o abraçar - Não sabes nos problemas que ando metida e eu nem queria envolver mais ninguém. Pensava que aqui estava segura mas ele descobriu.me - suspirei, afagando as suas costas

- Mas o que te fez ele? - Depositei-lhe um leve beijo na testa, voltando a olhar os seus olhos

- Digamos que eu sou uma pedra no seu caminho no qual ele está a tentar livrar-se, só isso - encolhi os ombros - Por isso nao quero que te aconteça o mesmo, nao quero que tenhas de andar a fugir de cidade em cidade

- Livrar-se? - Até estremeci ao pensar nos vários significados que aquela expressão poderia ter

- sim, livrar-se de mim, matar-me - disse diretamente. Não valia de nada esconder-lhe as coisas, mais valia ser direta - e eu tenho andado a fugir de cidade em cidade, de pais em pais para sobreviver - encolhi os ombros. já estava tao habituada aquela vida.

- Matar-te? Não vou deixar que isso aconteça. Nem pensar! - Falei bastante sério, olhando-a - Eu já tentei sair desta cidade também, mas é impossível..

- É impossivel porque ? - perguntei, sentando-me na beira da cama - Estás a dizer que se eu tiver de fugir nao posso ? - pestanejei varias vezes - isso nao pode ser - murmurei, passando os dedos pelos cabelos