Sweet Dreams {Pastelaria}

Sorri ligeiramente, corando um pouco - Vens comigo não vens? Comprar.. Estou nervosa.. - Afirmei olhando a barriga lisa

- Ora essa, claro que sim! - respondi e tirei da minha carteira uma nota que cobria toda ambos os pedidos - Vamos andando ou queres esperar mais um pouco?

- Não não, vamos andando.. Quanto mais depressa melhor.. - Respirei fundo e olhei-a, ajeitando as roupas

- Está bem, está bem - levantei-me da mesa e em poucos minutos saímos do café.

encerrado.

Respirei uma vez mais, ajeitando as roupas e entrelaçando os dedos. Estava nervosíssima. Saí então com ela

Encerrado

Fechei os olhos ao sentir os lábios dele tocarem os meus por completo. Eram tão macios - Não faz mal... - mordisquei o meu lábio, arregalando os olhos - Nunca mais me beijes. - permaneci de olhos arregalados.

Larguei a sua cintura e afastei-me para a olhar. Fiz uma expressão confusa. - Dizes que não faz mal e depois pedes para eu não te beijar? - ergui uma sobrancelha e olhei-a perplexo. - O que é que eu fiz?

-Não, desculpa! Tu não fizeste nada de mal! És tão querido para mim e continuas aqui, sujeito a levar uma chapada a qualquer altura. - num momento normal teria-me rido mas isto era tudo menos normal - Só que... Eu tenho 16 anos. - entrelacei as minhas mãos uma na outra e olhei para baixo. Não fazia a mínima ideia de como ele iria reagir e tinha medo que fosse mal. Olhei para cima finalmente, fitando-o e tentando decifrar a expressão dele.

Olhei-a espantado quando ela me disse a sua idade. Como assim, eu era cinco anos mais velho que ela? Cinco anos? - Ahm...Hum... - mordi o lábio sem saber o que dizer. Não que me fizesse confusão, mas não sabia se ela achava certo isto. O meu silêncio estava a assusta-la. Desentrelacei as suas mãos e peguei numa delas entrelaçando-a na minha ficando a olha-la sem saber o que dizer. - Não tenho medo de levar chapadas tuas se isso implicar ter de ficar perto de ti. São só cinco anos Ana...

Fiquei calada, sentindo-me completamente desnorteada e sem saber o que dizer ou fazer. Ele também estava muito calado o que não ajudava nada. Os meus olhos fixaram-se nos dele quando entrelaçou a minha mão com a dele e finalmente falou comigo - Não te importas que eu te dê chapadas? - ergui uma sobrancelha. Cinco anos... Cinco anos... Era assustador mas tendo em conta o modo como ele me tratava não me parecia que fosse amarrar-me a uma cadeira e violar-me - Eu não sei o que dizer... - mordi o lábio - A mim não me faz diferença. De qualquer maneira não namoramos nem vamos namorar. - disse isto com um ar o mais natural possível, mas com intenção de provocá-lo.

Fiz uma expressão estranha franzindo e juntando as sobrancelhas. - És estranha... Quem não sabe o que dizer sou eu. - abanei a cabeça como que a tentar percebe-la e olhei em frente. - Meninas é nessa pastelaria aí, podem ir entrando e sentem-se. - Elas já iam um bom bocado à nossa frente. - Não vamos namorar mas não me afastas quando te agarro e hum, continuas com a mão entrelaçada à minha.

-Eu sei que sou estranha... - olhei para os meus pés. Na escola normalmente era por isso que se metiam comigo. Diziam que era estranha e o meu passado só piorava as coisas... Olhei para a minha irmã que me piscou o olho. Ao início não percebi porquê mas depois lembrei-me de que estava de mão dadas com o Mr. Sedução. Voltei a olhá-lo mesmo a tempo de o ouvir falar - Chill Juju, estava só a brincar. - apertei a mão dele - Eu sei que mal podes esperar para namorar comigo. - mordisquei o lábio.

- Eu gosto de ti estranha, mete piada. - olhei-a - Ahhhh, estavas a brincar, quer dizer que queres...e se eu não quiser? Só tens 16 anos não é... - adorava fazer jogos psicológicos com ela. - E tu mal podes esperar para me beijares a sério, aposto. - humedeci o lábio e mordi-o também. As pequeninas já tinham entrado, parei à entrada da pastelaria e olhei-a nos olhos.

-Dás umas belas gargalhadas à minha conta, não é? - semicerrei os olhos, revirando-os quando ele começou com os seus adorados joguinhos psicológicos - Não brinques comigo Juju. Ambos sabemos que basta eu estalar estes dois dedinhos. - estalei os da mão livre - E tu estás a comer na minha mão. - pus-me em bicos de pés para que a minha cara estivesse ao nível da dele e toquei-lhe com um dedo no queixo, fitando os olhos dele e rindo-me com o que disse - Beijava-te agora mas acabaste de babar os lábios todos. Ew. - fiz uma cara enojada e voltei à minha altura normal.

- Digo-te mais, basta eu piscar estes olhinhos lindos - e pisquei os olhos como se fosse uma menina. - E tu estas onde eu quiser. - provoquei. Por momentos pensei mesmo que ela me ia beijar. - Sim, porque se me beijasses não ias ficar toda lambuzada com a minha baba não é? É baba santa, fica sabendo. - Inclinei-me para a frente e passei a ponta da minha língua desde o seu queixo até à sua testa passando pelos seus lábios como é óbvio. - Ups, já estás babada também.

-Isso é mentira! Eu só estou onde eu quero. - resmunguei - Hum... Duvido. Tu és o diabo em forma de pessoa nunca podes ter baba santa. - acariciei-lhe o maxilar com a mão que tinha livre mas claro que o menino fez um dos seus truques de pessoa porca - Eu vou fingir que tu não fizeste isso porque se pensar muito no assunto sou capaz de ter um ataque de coração. - aproximei-me dele e esfreguei a cara no seu peito - A minha cara está contaminada para sempre. - choraminguei.

- A tua cara está é abençoada para sempre. - gargalhei muito e afastei o cabelo do seu rosto. - É melhor entrarmos, elas estão à nossa espera à algum tempo. - agarrei na sua mão e entramos dirigindo-nos à mesa onde as duas pequenas estavam. 
- Digam a verdade, vocês são namorados! Só os namorados é que dão as mão assim! - disse Crystal pegando na mão de Molly para exemplificar.

-Não, não. Não vai demorar muito até a minha cara começar a apodrecer e depois vou ficar sem ela. A minha linda cara. - fiz um ar dramático. Sorri-lhe e ia soprar o cabelo para longe da minha face mas ele adiantou-se e fê-lo por mim - É melhor é, ainda pensam que as abandonamos, coitadinhas. - entrelacei a minha mão na dele e entramos na pastelaria. Coitadinhas o tanas! Quase ainda nem tínhamos chegado perto da mesa já Crystal e Molly estavam com a conversa dos namorados - Desculpem desiludir-vos mas não somos namorados. Para grande desgosto aqui do menino ao meu lado. - pisquei-lhes o olho e sentei-me no banco corrido, puxando Justin comigo.
-Nós não acreditamos! - responderam as duas em uníssono.
-Então perguntem ao Justin. - encolhi os ombros.
-Justin, tu e a Ana namoram? - a minha irmã perguntou.

- Sim Molly, nós namoramos, a tua irmã é que está com vergonha e diz que não, é uma tola ela! - encolhi os ombros e olhei para Ana à espera da sua reação. Contive uma gargalhada e olhei para Crystal. 
- Eu disse mano, eu disse! Eu conheço-te, és lindo e todas as meninas se apaixonam por ti. - inclinei-me para a frente e beijei a testa da minha pequenina. - É assim que tu vais ser quando fores grande, tu e o Edwin, vão encantar corações como eu. - respondi e voltei a sentar-me ao lado de Ana. - Assim como tu Molly, mas eu e a tua irmã vamos andar de olho nos meninos.

Dizer às nossas irmãs para perguntarem ao Justin se namorávamos foi a pior ideia de sempre - Não as enganes estúpido! Nós não namoramos! - dei-lhe um soco no braço. Revirei os olhos ao ouvir o que Crystal dizia ao desenvergonhado do irmão - Não lhe digas isso princesa, depois eu é que tenho que levar com o ego gigante. - resmunguei. Olhei para Molly, que tal como Crystal, estava radiante com o nosso suposto namoro. Pena que era mentira - E agora vou buscar bolos cheios de creme para nós porque acabaram de me amuar. - cruzei os braços - Deixa-me passar. - disse para Justin de nariz empinado.

- Claro que deixo amor, passa à vontade - gozei-a. 
- Oh Justin, mas é verdade que vocês namoram ou não? Já não percebo nada disto! - resmungou Crystal enquanto cruzava os braços ao peito. 
- Não, não namoramos meninas, eu estou só a brincar com ela para a chatear. - Molly e Crystal olharam uma para a outra com cara de chateadas e Molly acompanhou Crystal a cruzar os braços. Gargalhei ao ver as duas crianças amuadas e olhei para Ana que estava ao balcão. Fixei cada parte do seu corpo com pormenor, sentia que podia ficar ali horas a olha-la e que mesmo de costas era a rapariga mais bonita que já tinha visto em toda a minha vida.

-Chama-me amor outra vez e a minha mão vai bater na tua cara. - passei por ele, dando-lhe com o cabelo na cara de propósito e fui até ao balcão fazer os nossos pedidos. Enquanto esperava para poder pagar olhei para a nossa mesa e vi as duas macaquinhas de braços cruzados e expressão amuada. Dei uma gargalhada, fazendo cara de má quando vi que Justin estava a olhar para mim. Virei-me de novo para o balcão, paguei e voltei para a mesa - Daqui a pouco quando tentares agarrar-me vais ver o que te acontece. - disse-lhe ao ouvido. Passei por cima dele e sentei-me no meu lugar - Então? O que se passa? - perguntei às meninas.
-Vocês não namoram. - responderam as duas ainda amuadas.
-Eu disse, vocês é que não acreditaram em mim. - encolhi os ombros - Mas não se preocupem, um bolo cheio de creme faz sempre tudo ficar bem. - ri-me. Inclinei-me para a frente e dei um beijinho na bochecha de cada uma, olhando Justin de relance quando me encostei no meu banco - Tu não ganhas beijo. - provoquei.

- Mas porque é que não te posso agarrar? Se o fizer o teu desejo por mim cresce assim tanto? - disse também baixinho. 
- Mas vocês deviam namorar, ficam tão bem e depois era fixe porque eu e a Molly íamos ser da mesma família! - disse Crystal pegando num bolo mais pequeno. 
- Quem sabe um dia isso não acontece princesa? - sorri-lhe e olhei para Ana. - É só uma questão de tempo, ela não me resiste. - encolhi os ombros e ajeitei o cabelo de forma convencida. 
Virei-me para o lado sussurrando-lhe ao ouvido mas de forma suficientemente alta para que as meninas ouvirem - Entendo porque é que não ganho um beijo agora, estás a guarda-los todos para quando formos namorados não é? - As duas pequenas soltaram uma gargalhada em uníssono

Revirei os olhos. Raio do miúdo! Ou neste caso homem. Ai mãe, ele é um homem e é tão sexy... Não é nada! - Vocês podem ser da mesma família meninas! Eu não preciso de namorar aqui o Mr. Convencido para isso. Podem ser irmãs a brincar! - sugeri. Apesar das minhas tentativas as duas teimosinhas pareciam não se convencer.
-Eu sei que vocês vão namorar. - a minha irmã encolheu os ombros - Eu conheço-te Ana, e tu nunca ligas aos rapazes. Mas ligas ao Justin. - porque é que ela tinha que sair tão inteligente? Porquê?
Calei-me. Não conseguia argumentar contra aquilo. Peguei no bolo que tinha mais creme e dei-lhe uma dentada. Virei-me para Justin depois de ele me sussurrar aquela barbaridade ao ouvido - Afasta-te Juju! Deixa-me namorar com o meu bolo! - dei-lhe outra dentada.

Calei-me surpreendido ao ouvir o que Molly disse e em como aquela pequena constatação tinha deixado Ana sem palavras. - Bom acho que a tua irmã já te denunciou de tudo não é verdade... - peguei também num bolo e mordisquei-o. O que é que a pequenina queria dizer com aquilo? Que eu despertava algum interesse nela? Restava saber se era da mesma maneira que ela despertava em mim. Fiquei um tempo calado a pensar sobre o assunto e pousei a mão que não estava a segurar no bolo discretamente sobre a perna de Ana.