Bowling

Eu podia ser um grande jogador, mas detestava falhar. Ainda para mais, falhar quando tinha a certeza que não o faria. Estive mesmo para lhe responder, mas acabei por ignorá-la. Revirei os olhos. - É a tua vez. - apontei para as bolas. - Devias ir jogar..

- sim, sim...vou já - disse e fui buscar uma bola. E julgava já ter apanhado um pouco do jeito do bowling mas a bola acabou por ir para as laterais, não acertando em nenhum pino - não percebo o que é que está tão errado comigo.

Nem mesmo os seus fails me deixavam com um pouco mais de ânimo. Levantei-me e coloquei-me atrás de si. Peguei nas suas mãos. - Já te expliquei como se faz.. - com uma das minhas mãos, ajeitei o seu corpo e com a outra, a sua mão. - Tens que ter uma posição exacta.. estar confiante e praticar.. sobretudo, praticar.

Tentei focar-me naquilo que ele dizia mas não conseguia. Ele estava mesmo atrás de mim,a tocar em mim e eu queria tanto tocar nele também, da forma que me apetecia. Estava chocada comigo mesmo por sentir tanta necessidade dele - erhmm, sim, praticar, praticar...

Eu era um aproveitador de primeira, pelo que passei ao de leve a minha mão pelo seu rabo e sorri abertamente. Afastei-me um pouco e fui buscar uma bola. - sim loira, praticar. - atirei a bola, vendo-a derrubar todos os pinos.

Mordi o lábio e não disse nada. Depois soltei um guincho feliz quando os pinos caíram todos, mesmo que tivesse sido com a ajuda dele.

- Vá, vá, podes admitir.. - sorri abertamente. Ao que parecia, o meu humor já tinha passado. - Podes admitir que sou mesmo perfeito.

Abanei a cabeça - Não és nada mesmo perfeito - se ele fosse perfeito tinha sexo comigo e não me fazia estas torturas todas.

- Bah.. és uma desmancha prazeres. - fiz uma careta e em vez de ir buscar outra bola, fui buscar uma cerveja e sentei-me numa cadeira. Aquilo estava a ser tudo ótimo, melhor ainda, por eu estar a ganhar, claro..

- Olha quem fala, Jonathan! - respondi num resmungo. Tentei mandar outra vez a bola mas apenas três pinos caíram. Porra.

Comecei-me a rir, não apenas por ela ter acertado nos três pinos, mas porque metera imensa graça, o que ela dissera. Eu? Desmancha prazeres?! Nãã.. Abanei a cabeça e terminei a minha cerveja. - Rapariga, tu precisas mesmo de treinos! - gozei.

Virei-me para ele e bufei chateada, por causa do meu falhanço.
- Não consigo concentrar-me nestas condições!

Olhei-a de alto a baixo e seguidamente cruzei os braços ao peito.
- Claro, não resistes à minha pessoa. Sou mesmo um máximo!

Resistir eu até resistia, se ele me desse algo para resistir! Mas não, ele estava inútil para o único desejo que tinha - Culpa tua, vez?

- Eu não tenho culpa de ser perfeito.
Revirei os olhos e apontei para o banco do meu lado.
- Vem cá..

- Tens culpa por me seres inútil neste momento.
Respondi, claramente frustrada. Aproximei-me cautelosamente.

Um inútil? Revirei os olhos. Odiava que me chamassem coisas desse tipo.
- Só sou inútil a que não me excita nem um pouco. - sorri cinicamente.

Revirei os olhos - tu queres é irritar-me e deixar-me neste estado de frustração. Vai-te lixar - disse e esbocei um sorriso cinico como o seu.

Encolhi os ombros e afundei-me naquela cadeira. Ela até podia ter um bocadinho de razão.. só um bocadinho. - Pois claro.. como se o mundo girasse à tua volta.. desculpa loira, mas eu tenho cenas mais importantes do que andar a te irritar. - fiz um sorriso maior. - E só ficas frustrada, porque não me resistes.

Eu resistia-o. Se não fizesse, já me tinha mandado para cima dele e deixado-o excitado o suficiente para me satisfazer - O mundo também não gira à tua volta, Miller! E eu não quero saber de ti, não preciso de ti! - eu sabia que mentia a mim mesma ao dizer aquelas palavras - Ouviste? Não preciso de ti! - peguei na minha mala e saí apressadamente daquela sala antes que desse em doida.

Encolhi-me na cadeira e como sempre, fiz-me de orgulhoso e pouco importado com as suas palavras. - Pois eu também não preciso de ti. - murmurei e fiquei a olhar para a pista. Que se fosse embora. Não iria atrás dela.

Cheguei ao exterior do edifício e tirei um cigarro. Estava tão furiosa. Mais do que furiosa, estava frustrada e com necessidades por preencher. Deitei o cigarro para o chão e pisei-o até este estar apagado. Depois fui para o carro e fui-me embora dali.

encerrado.

Fiquei ali durante mais um tempo. Tempo suficiente para arranjar uma companhia feminina. Ficamos à conversa durante um tempo e depois de algumas bebidas engeridas, saímos dali e fomos a caminho do meu apartamento.

encerrado.