A l e g r o, Jardim

Cansada de ficar naquela enorme casa, sem ter o que fazer, a não ser rolar os dedos no controle procurando alguma coisa que se preze numa televisão sem graça. Decidiu procurar algum lugar interessante para que pudesse ler, saiu caminhando com o seu livro, de cabeça baixa, perdida em pensamentos diversos. Depois de alguns minutos, se deparou com uma grama verde, fora do normal, que brilhava e totalmente detalhada. Sorriu lentamente, colocando o cabelo que o vento balançava atrás da orelha. Levantou a cabeça e avistou belas flores, também brilhantes, e deduziu que deveria ser o jardim da cidade. Estranho um jardim tão bem programado, numa cidade misteriosa e de aspecto morto. Ao caminhar sobre o jardim, se deparou com um jovem num banco afastado, foi se aproximando lentamente dele vendo que estava um pouco distante em pensamentos. Sentou-se ao seu lado. Milhares de pensamentos em sua cabeça.
— Um lugar totalmente "sobrenatural".

Ironia na voz. Ela ficou a observa-lo.

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Ela rapidamente direcionou o olhar para o livro que carregara em suas mãos. E sorrindo respondeu um pouco surpresa.
— Dark Reunion, L.J.Smith.

Ela começou a olhar em volta, se sentindo um pouco desconfortável e tentou se explicar com meios termos.

— Estou terminando de ler. Desculpe talvez tenha lhe incomodado.

Soou como uma pergunta, embora talvez fosse.

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— É o quarto livro, do Best Seller The Vampire Diaries, o mais impressionante em minha opinião.
Apertou o livro contra o peito, como se estivera o abraçando, ainda olhava para o longe, com medo de encará-lo. Quando ouviu sua última afirmação, "ou seria uma pergunta?". Ficou um pouco quieta sem saber ao certo o que falar. Pegou uma flor que estava a vista e disponível perto de seu lado do banco e começou a acariciar sorrindo consigo mesmo. Quando se recordou de um pequeno detalhe.
— Que "vacilo" meu, nem me apresentei. Me chamo Melanie. Qual a sua graça?

Ela sorria sem graça lhe estendendo a mão.

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Ela percebeu que ele havia se atrapalhado um pouco nos movimentos, um pouco desastroso, mas não demonstrou esse pensamento e continuou sorrindo apertando levemente a sua mãe e depois retirando colocando na flor que estava sob o livro. Olhando para ela. Jonathan pensou consigo mesmo, ao decorrer de sua longa vida havia apenas um, ao qual havia tido uma relação um pouco turbulenta.
— Prazer.
Ela lhe encarou por alguns minutos, ficando um pouco quieta, um pouco assustada. Sentiu uma fisgada no peito e logo voltou a olhar para frente.
— Estranhei a forma desse lugar é completamente impressionante. Realmente estranho. Você mora aqui há muito tempo?
Ela tentava prolongar o assunto ou falar algo para não se infiltrar no silêncio.

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Percebeu que diferente dela, ele era meio fechado, embora no fundo ela também fosse. Dizia palavras cortadas, apenas por responder e isso a incomodou um pouco talvez quisesse apenas permanecer no silêncio, sozinho.
— Cheguei a poucos dias também, não chega nem uma semana.
Começou a apreciar os elementos em volta e colocou a flor na terra outra vez.

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Ela percebeu algo estranho em seus atos visando que parecia de certo ponto inquieto. Começou a encará-lo seu intenso olhos azuis estavam o mirando por completo, logo se desfez do olhar voltando a olhar em outra direção.Deixou o livro cair ao chão prontamente abaixou pegando o mesmo. Se endireitou no banco, arqueou umas das sobrancelhas e lhe respondeu:
— Não, estou me sentindo um tanto que perdida. Apesar de estar acostumada com cidades novas, estou me sentindo afundada na solidão. As coisas aqui são diferentes, estranhas, até mesmo sombria.
Ela parou de falar pois ia começar a desabafar e isso seria um pouco nostálgico. Voltou a encará-lo, por fim deu um leve sorriso de canto.

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Ela abaixou a cabeça olhando fixamente para o livro, começou a ventar novamente e novamente ela teve que colocar seu cabelo atrás da orelha, visando que ela estava a incomodando, irritando seus olhos. Mesmo sem olhar ela percebera que ele sorriu, e isso lhe fez se sentir bem, não sabia porque, mas se sentiu mais relaxada depois daquele ato e sorriu novamente ainda encarando o livro. Quando ele lhe direcionou uma pergunta, ela se sentiu um tanto confusa quanto ao sentido, mas decidiu aceitar.
— Realmente estava afim de conhecer ao fundo esse local, seria uma boa ideia irmos juntos.
Ela sorriu sem graça, o que ele poderia pensar daquela última frase. Deu uma leve respirada e sorriu.

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Ela deu outra leve respirada, enquanto esperava uma resposta dele. Imaginou que ele estivesse pensando, pois estava distante do mundo real. Por um momento também se afundou em pensamentos distantes. Mas foi interrompida pela fome, desde sua viagem não se alimentava corretamente de sua força vital. Estava um pouco frágil e por alguns momento sentiu de leve uma pequena ânsia. Tentou disfarçar mudando de posição e folheando o livro.
— Isso. Ficas com o meu também. - Ela sorriu embora que estivesse se sentindo mal. - É uma ótima ideia, assim quando tivermos tempo desbravamos essa misteriosa cidade.

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Ela sorriu, lhe dizendo:
— Seria bom se encontrássemos algo divertido aqui, seria gratificante para mim que vivo tão entediada.
Respirou um pouco mais profundamente dessa vez e soprou a franja que estava em seus olhos. Arqueou umas das sobrancelhas, e esqueceu um pouco a fome que lhe transbordara. Estava voltando a se controlar, parou de sentir tonteira, fechou o livro.
— Estou bem. - Ela sorriu sem graça. - Apenas com dor de cabeça. Acho que o tédio me deixou assim. - Ela sorriu alto, rindo de si mesma. Fechou os olhos, apertando-os profundamento. E olhou de leve para ele.

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Ela sorriu e concordou aquela afirmação, poderia ser uma cidade um tanto que misteriosa, mas era também um tanto que monótona, talvez para ela, que estava tão recentemente desfrutando daqueles ares estranhos. Logo começou a ficar inquieta novamente. Foi outra vez pegar a flor que estava a acariciar, mas por surpresa, estava murcha, muita morta, sua cor não era mais vermelha e sim negra. Muito negra. Com o susto ela jogou a flor ao chão. Perdida e assustada. Quando foi despertada pela pergunta do cavaleiro.
— Não se preocupe... Está, está tudo bem. - Ela dizia as palavras fazendo pausas entre elas. - Apenas estranho esse lugar, estou um pouco cansada, acho que é isso. Cansaço.

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Ela sentiu outra vez uma ânsia, dessa vez era profunda. Passou pela sua cabeça que não ia conseguir se controlar. Fechou os olhos e se concentrou, com medo que ficassem vermelhos. Deu uma leve respirada e quando abriu os olhos percebeu que o rapaz havia se levantado.
— Ok, qualquer coisa eu lhe falo. Adeus Jonathan.
Observou enquanto ele ia se afastando, assim que desapareceu, ela saiu correndo, indo para casa comer.

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