Hall de Entrada

Desci pelas escadas e vi-me mais uma vez em frente à porta de Rebekah. Descontraí e toquei à campainha. Dei um passo atrás e esperei.

- Não, nem pensar.. Ela tem a vida dela, eu tenho de aprender a desenrascar-me.. - A ideia dele estava fora de questão! Ouvi a porta, pedi-lhe licença e abri - Hey babe!

Sorri de imediato quando a porta se abriu e vi Rebekah. Sei um passo para entrar e abracei-a - hey girl - depois afastei-me e por momentos visualizei o rapaz, sentindo a sua aura negra. Sorri levemente para ele e depois virei-me para ela outra vez .

- ahm, sim.. obrigado por me teres ajudado a vir para casa.. ou melhor, por me teres trazido - afirmei com um sorriso simpatico para o rapaz, lembrando-me que ainda nem sequer sabia o sei nome. virei toda a minha atençao novamente para Sky e correspondi ao seu abraço, dando-lhe depois um beijinho na bochecha

Ainda a fingir que não sabia nado do que se estava ali a passar, passei o saco que continha as ervas medicinais para a mão de Rebekah - pensei que pudesses precisar, tu sabes, por causa das dores.

Fui na onda dela, fingindo igualmente que nada lhe tinha contado e peguei no saquinho - obrigada babe! - agradeci segurando depois no papelinho onde o rapaz tinha acabado de escrever o seu número e mirei-o rapidamente, vendo o seu nome - muito obrigado, Xavier -sorri-lhe docemente e olhei Sky por instantes. bem, ele deve de se ir embora agora.. senti de novo uma dor no ventre mas mantive o sorriso. com a Sky estou mais à vontade, por isso mal ele se vá embora eu vou fazer um cházinho

Depois do rapaz - o demónio - se ir embora, mirei Rebekah e ri-me baixinho - Ele é estranho para um demónio e pela tua carinha, percebo que ele não te desagradou de todo - provoquei.

- Heeeey! O que queres dizer com isso babe? - Perguntei de olhos arregalados enquanto a olhava - Ele é estranho, a sério.. Primeiro quase que me quer matar, e depois fica com tanta pena que até quer assumir a criança, e traz-me a casa ao colo! - Suspirei encolhendo os ombros

- Tu sabes o que eu quis dizer... - disse num tom divertido e insinuador - Será que ele tem segundas intenções?

- Segundas intenções? Como assim babe? - Perguntei de olhos arregalados

- Não sei, do género algum propósito ou outras intenções quanto a ter-te "encontrado" e ter feito aquilo que fez. Não sei. Só sei que não se pode confiar num demónio - respondi convicta.

- Bem la nisso tens razão.. Eu cada vez que oiço essa palavra até estremeço! Só eu sei o susto que apanhei e como estranha me sinto.. E ele deve ser a pessoa mais estranha que alguma vez conheci! - Afirmei num encolher de ombros

- Eu consigo ser mais estranha - gozei, para descontrair um pouco o ambiente do assunto do demónio - Tens tido muitas dores? - perguntei, agora já num tom preocupado.

- Sim algumas.. Eu voltei a ter dores fortes depois do enervante e deprimente episódio do mauzão, e foi por isso que ele me trouxe para casa.. Ao colo.. - Afirmei suspirando e desviando o olhar. Sentia-me algo envergonhada

A última parte dava-me vontade de rir, mas a primeira proíba-mo de fazer.
- Bom, as ervas devem aliviar um pouco a partir de agora.

- Muito obrigado! Babe, achas que por aí existe alguma livraria ou algo do género que me possa ajudar a saber mais sobre a minha gravidez? E.. Eu vou puder ir para o hospital certo? Senão faço-o como.. Sozinha? - Perguntei de olhos arregalados

Por muito que eu desejasse que fosse verdade, ia ser difícil encontrar o livros que ela queria numa biblioteca qualquer - Livros que te possam ajudar devem ser raros de encontrar numa livraria normal. Se calhar numa mais virado para o oculto... Talvez. - era uma possibilidade - Acho que não tens outra hipótese, certo?

Mordi o lábio. Gostava de poder ajudá-la mais, só não sabia como.
- Tens razão. A tua vida vai mudar a partir de agora, tens de te preparar.

- E pelo que parece vai mudar muito mais depressa do que aquilo que eu pensei... Isto ainda me é muito assustador - Mordi discretamente o lábio e coloquei a mão na barriga, respirando fundo

Peguei na outra mão dela e olhei-a tranquilamente.
- As mudanças são boas, Rebekah. Não te assustes, tenho a certeza que vais conseguir superar tudo o se passar.

- Eu sei que consigo babe, mas não deixa de ser assustador.. Eu continuo sem saber como é que vai ser na hora do parto, como é que vai ser para aprender tudo isto do nada e como vai ser para o criar sozinha.. Isto tudo assusta-me e deixa-me com a cabeça às voltas. Eu não sei fazer nada disto... - Afirmei bastante preocupada