Quarto do Lash

suspirei e encolhi os ombros - ja parei - disse e calei.me, nao olhando para ele ou para onde ele estava, continuando a brincar com a t-shirt. nao queria voltar para a cama onde me ia lembrar de todas as coisas que ja tinhamos feito. porque é que eu simplesmente nao conseguia ser normal para ele ?

- Está bem. - disse apenas apesar de não acreditar no que ela dizia, continuava estranha como tudo e eu nem sabia o porquê. - Quando estiveres bem eu estou no quarto. - levantei-me e saí da casa de banho. Entrei no quarto e atirei-me para a cama deitando-me de barriga para baixo e fechando os olhos.

suspirei e estiquei as pernas doridas. levantei.me e depois dele estar deitado fui ate ao quarto e sentei.me ao fundo da cama, deixando mais espaço para ele na cama. nao queria ocupar.lhe espaço, nem queria incomoda.lo, apenas queria sossego

Virei a cabeça para olhá-la assim que a senti sentar-se na cama, lá num cantinho como se pensasse que me estava a incomodar. Suspirei continuando a olhá-la. - Podes deitar-te aqui. - voltei a suspirei e depois de alguns segundos em silêncio sentei-me rapidamente na cama virando-me para ela. - Não percebes Beth? Não percebes que não me quero apaixonar por ti e... e que isso está a acontecer? - disse tudo seguido antes de me arrepender de falar ou de ela me interromper, já não aguentava mais aquilo... precisava de lhe dizer por mais que me custasse ou fosse difícil, só não queria que ela continuasse assim comigo. - Estámos demasiado próximos e não dá para nos afastar-mos nem eu quero nem consigo. - suspirei de novo e voltei a deitar-me de barriga escondendo a cara na almofada.

fechei os olhos e voltei a encolher.me, sentindo os olhos inundarem.se de lagrimas. tentei lutar contra isso, apertando o meu corpo - porque ? qual e o mal de te apaixonares ? - perguntei - eu nao te vou abandonar, eu nao te vou deixar. bolas eu amo.te - suspirei - tento ser perfeita para ti, fazer tudo perfeito para ti para tu realmente gostares de mim mas nao consigo, continuas a nao me querer - murmurei, limpando as lagrimas - eu so quero fazer.te feliz e mostrar.te que podes amar sem sofrer

- Já te expliquei isso tudo Beth... - disse contra a almofada e sem levantar a cabeça, agora não conseguia olhar para ela. Não me podia apaixonar, simplesmente não podia... ia acabar por acontecer tudo de novo, eu sabia. Era sempre assim. - Eu quero-te, quero-te demais não percebes isso? - perguntei com um suspiro.

- lash eu prometi.. eu prometi que nao te ia deixar, eu prometi que te ia mostrar o que era sentires.te amado e se estas a começar a sentir algo por mim é porque eu consegui com que realmente te sentisses amado. - suspirei - nao me vai acontecer nada, nao te sintas culpado pelo que aconteceu naquele acidente. foi isso mesmo, um acidente e a culpa nao é tua. agora nao devias era privar.te de continuar em frente e de seres feliz so porque isso te atormenta - olhei.o - lash eu amo.te e faço tudo por ti.. mas tu tens de deixar.

- Não prometas quando não sabes se vais cumprir... - pedi engolindo em seco, não sabiamos o que aconteceria amanhã, as coisas estavam sempre a mudar mesmo que não quissesemos que isso acontecesse. - A culpa foi minha sim, eu é que ia a conduzir, eu é que tinha bebido demais e eu é que bati com o carro. - disse de dentes cerrados e fechei os olhos com força quando vagas imagens do acidente me vieram ao pensamento. Abanei a cabeça contra a almofada e fechei mais os olhos como se aquilo fizesse com que as imagens desaparecessem. - Não podes Beth. - acabei por dizer.

- se nao posso tambem nao fico aqui a fazer nada - baixei o rosto - nao entendes que a culpa nao e tua, nao entendes que podes ser feliz se quiseres. so pensas no maldito acidente e atormentar.te todos os dias com isso, entristecendo.me tambem. eu prometo e sabes porque ? porque nao penso no amanha, penso no hoje que é quando estou contigo. mas se nao posso fazer.te feliz, tambem nao posso ficar ca - murmurei. se ele nao me deixava faze.lo feliz entao eu tinha de ir embora, eu tinha de me afastar para o conseguir esquecer

- Não consigo... não consigo deixar de pensar nessas coisas todas. Achas que quero que o acidente me afecte e estrague a minha vida desta maneira? - perguntei suspirando e enterrei mais a cara na almofada apertando-a com as mãos. - Eu não consigo pensar só no hoje por mais que queira. - engoli em seco assim que ela disse que não podia ficar cá e tirei a cabeça da almofada aproximando-me de Beth e puxando-a para mim por um braço fazendo-a olhar-me. - Nem penses que te vais embora! - retorqui, não queria que ela fosse, não suportava a ideia de não a poder ver mais.

- se nao te posso fazer feliz e eu nao posso ser feliz contigo entao vou.me embora - disse, olhando.o nos olhos - se fizesses um esforço conseguias. so nao consegues porque nao queres. lash eu ja fui vitima de violencia durante o namoro e mesmo assim vim morar contigo, apostei tudo contigo, incluindo a minha virgindade. entao porque nao podes tambem tentar pensar so no hoje e tentar viver ao maximo ? eu sei que custa mas bolas tens o direito de ser feliz e se nao é comigo, ha.de ser com outra pessoa - suspirei

- Mas eu não quero que vás embora... - disse com um suspiro e passei levemente um dos meus dedos pelo seu rosto. - Eu preciso que estejas aqui... - sussurrei olhando e depois calei-me com aquilo antes que dissesse alguma coisa que não devia. - Eu quero tentar, a sério que quero, mas eu tenho medo. - suspirei e baixei o olhar. - Desculpa-me...

fechei os olhos quando me acariciou a face e suspirei - tens medo do que ? - perguntei, obrigando.o a olhar para mim - que eu te deixe ? que eu me magoe ? é que isso nunca vai acontecer - segurei o seu rosto - se precisas assim tanto de mim, deixa.me tomar conta de mim. confia em mim e nao te vais arrepender, eu juro. lash..

Assenti ao que ela me perguntou e mordi o interior da bochecha. - Tenho medo disso tudo... - retorqui com um suspiro. - Não sei Beth... - voltei a afastar-me e deitei-me de novo na cama.

- se eu nao te deixei quando descobri que eras um vampiro, achas que te vou deixar agora ? - perguntei, olhando.o - tu nao sabes mas sei eu - levantei.me e peguei numas calças e nuns tenis, calçando.os e sai de casara para ir apanhar ar e pensar bem nas coisas

- Não. - disse como resposta ao que ela me tinha perguntado, eu sabia que ela não me ia deixar no entanto continuava a ter medo. Suspirei quando ela saiu e fechei os olhos com força deixando-me apenas ficar ali a pensar em tudo aquilo.

nao sabia que horas eram, so sabia que era de noite. o ceu estava escuro e a lua era perfeita. suspirei e assim que os meus pes tocaram na calçada da rua comecei a correr sem direçao certa, apenas queria afastar.me dali, afastar.me de tudo. precisava de pensar bem nas coisas, os "se's" eram muitos e eu tinha de pensar em todos eles. parei quando estava ofegante, vendo que estava no jardim ou eu lhe tinha dito que me tinha apaixonado. suspirei e sentei.me encostada a uma arvore a ver o lago que se tornava um pouco sombrio, so esperava que nao aparecesse por ai ninguem

Permaneci de olhos fechados sem saber o que pensar de tudo aquilo que estava a acontecer. Coisas que não era suposto acontecerem comigo, não podia apaixonar-me por ninguém e isso estava a acontecer. Suspirei e peguei numa almofada apertando-a contra mim.

Estava envolta nos meus pensamentos, abstraindo.me do que estava ao meu redor que nem reparara num rapaz que se tinha aproximado ate ele ter falado.
- uma rapariga nao devia estar aqui a estas horas, pode ser perigoso - assustei.me, olhando e arqueando a sobrancelha quando reparara que os seus olhos nao eram "normais"
- hmm nao tenho medo do escuro - encolhi os ombros e voltei a fixar o lago - agora se nao se importa eu queria estar sozinha.
- nao tens de ter medo do escuro mas sim no que está dentro dele - engoli em seco. eu vivia com um vampiro, o pior que me podia acontecer era o que ? ser atacada por um lobisomem ?
- pois, mas nao tenho - disse friamente e revirei os olhos quando se sentou ao meu lado - eu gostava de estar sozinha, importa.se ? - perguntei, olhando.o. - foi para isso que vim para aqui - um arrepio percorreu a minha coluna quando os meus olhos se encontraram com os seus
- nao devias ser tão bruta com quem está a tentar dar.te conselhos - suspirei e afastei.me, levantando.me.
- tem razao, eu vou.me embora - virei costas quando a sua mao, ou melhor garra, me agarrou o braço, cravando as unhas
- tem cuidado com quem vives, nem tudo o que parece é - soltou.me e desapareceu no escuro, deixando.me apenas com a marca das suas garras bem cravadas no meu braço que sangravam. se nao fossem aquelas marcas ia jurar que tinha adormecido. agarrei o braço contra o meu corpo e comecei a correr ate casa enquanto o panico se instalava no meu corpo

Olhei de relance para o relógio vendo que já tinha passado bastante tempo desde que a Beth tinha saído de casa. Está tudo bem com ela... repeti mentalmente para mim várias vezes tentando mentalizar-me daquilo. Daqui a pouco ela chegaria a casa são e salva.

Entrei em casa de relance, deixando a porta aberta e tudo, fechando.me na casa de banho. o braço doia.me ao ponto de fazer lagrimas nos olhos - isto nao e nada - disse, pondo o braço debaixo de agua para o sangue sair e ver as marcas - eu nao me vou transformar em nada - limpei a cara, ficando com ela suja. certifiquei.me que a porta estava trancada e encostei a cadeira tambem para ele nao conseguir mesmo entrar

Ouvi a porta a abrir-se de repente com algum "estrondo" fazendo-me levantar rapidamente da cama. Saí a correr do quarto e fui à casa de banho vendo a porta trancada. - Beth! - gritei batendo na porta. - Abre a porta! O que se passa?? - perguntei sentindo o cheiro a.... lobisomem.... - Beth! - voltei a gritar. - Abre já a porta!!!

Ignorei os seus gritos enquanto me concentrava no braço, tentando desinfeta.lo com toda a especie de alcoois e agua oxigenada que ele tinha na casa de banho. mordi uma toalha para nao soltar um grito de dor, tendo de me sentar para nao perder os sentidos - vai.te embora, está tudo bem. - gritei.lhe enquanto respirava fundo - está tudo bem - disse para me convencer mais a mim do que a ele enquanto continuava a lavar o braço na esperança que ele ficasse bom e normal

- Não está nada. - retorqui ainda a gritar e a bater na porta. - Abre Beth. - fechei os olhos com força quando para além do cheiro nojento a lobisomem senti também o cheiro do sangue dela. - Abre a porta ou vou abri-la eu! - disse a ficar irritado e cada vez mais preocupado.

- se abrires a porta vais.me magoar com ela, queres isso ? - disse aos gritos tambem. "chantagea.lo" era a melhor maneira de o obrigar a ficar la fora - eu estou bem - voltei a gritar - eu estou mesmo bem - disse cansada de ter corrido, cansada por ter perdido tanto sangue. continuei com o braço debaixo de agua porque as marcas nao ficavam limpas