Quarto da Sky

Tive por um fio para não provocá-la. Assim que me apercebi da sua situação, virei-me para ela e puxei-a contra o meu corpo, apertando-a. Abracei-me a si. Só esperava que ela não fosse daquelas loucas, que se remexiam até dizer chega.. pash..

Enrolei-me no peito dele e fiquei quietinha. Só queria o calor, o calor do seu corpo... E estava a aproveitar também o facto de ele estar em silêncio e não gozar comigo. Não precisava mesmo disso agora que uma dor de cabeça estava a formar-se.

Todo aquele silêncio, ajudava imenso, ao facto de eu estar cansado e cheio de sono. Mas era tão estranho.. Não demorei nem minutos, para adormecer.

Aninhei-me ainda mais ao sue corpo e adormeci logo a seguir a ele, percebi. E quando o fiz, já não estava zangada nem irritada, nem muito menos chateada com a sua presença

Não sabia que horas eram, quando acordei. Mas não devia ser muito de manhã, já que o calor que vinha de lá de fora era bastante intenso. Remexi-me na cama, até me aperceber que estava agarrado a Sky e empurrei-a para o outro lado da cama. Virei-me de barriga para baixo e olhei para a janela.

Acordei a sentir-me melhor e já sem frio. Era um alivio. Espreguicei-me a abri os olhos. Fiquei quietinha e ditei Jonathan, que ainda ali estava. Só esperava que não começasse a mandar bocas outra vez mal desse por mim.

Voltei a adormecer. Quando dei por mim, já tinha rebolado praticamente para fora da cama e caído da mesma.. assim que me levantei, bati com a cabeça na mesa de cabeceira e não deixei de me queixar. - Autch.. - Arrastei-me para a cama e olhei para Sky.. - Bom dia, loira..

Não pude deixar de me rir baixinho - bom-dia chato - respondi com um meio-sorriso. Depois espirrei fortemente e logo outro espirro se seguiu. Oh não... Agora ficara constipada?

Afastei-me dela, assim que começou a espirrar e coloquei os lençóis à frente. Só para o caso de não apanhar com os seus vermes. - Eita.. - fiz uma careta. - Parece que alguém se constipou.. - gozei.

Maldita constipação. Maldita hora em que apanhara com a chuva. Aquilo dava-me vontade para deprimir - Porque o que eu estava mesmo, mesmo a precisar era de uma constipação - disse irónicamente.

Coloquei uma almofada encostada à cabeça da cama e encostei-me a ela. Cruzei os braços ao peito. - Pois espero que não me pegues isso.. - fiz uma careta.

- És um demónio, és mais resistente do que eu, do que qualquer humano, aliás - disse baixinho, sentindo outro espirro assolar-me.

E era por essas e por outras coisas, que eu às vezes até gostava de ser o que era. Espreguicei-me. - Na mesma.. não quero cá constipações, nem os teus vírus..

Para ele não lhe era nada difícil afastar-se de mim, por isso não havia risco. Sentei-me ligeiramente na cama e fiz aparecer um pacote de lenços na mesa de cabeceira. Tirei um e assoei-me.

Ainda não me habituara ao que aquela loira oxigenada conseguia fazer. Afinal, eu nunca me tinha dado com bruxas.. pelo menos, com nenhuma que eu soubesse da sua existência..

Acabei de me assoar e pousei de volta os lenços. Depois olhei para ele - Vais ficar aqui? - perguntei. Eu ia, decididamente, passar o resto do dia em casa. Mas que aborrecimento descomunal.

Agora que pensava naquilo, como sempre, eu nunca tinha nada para fazer.. isto tornava-se um grande aborrecimento. Cruzei os braços ao peito e encolhi os ombros, como resposta. - Devo ficar.. sei lá eu..

Não queria sair da cama e ao mesmo tempo sabia que tinha de o fazer - Está bem - não disse mais nada e levantei-me, vestindo uma sweat preta que me ia manter quentinha.

Resolvi ir vestir pelo menos os meus calções. Espreguicei-me o suficiente até ouvir os meus ossos estalarem.. depois caminhei para fora daquele quarto.

- Eu ouvi isso.. - mordi o lábio, mas acabei por dar pouca importância para aquilo. Espreguicei-me com força e aproveitei para tirar os boxers. Acabei por adormecer.

E eu queria lá saber se ele ouvira ou não. Entrei no quarto, segurando o meu copo e procurei por uma caixinha no meu armário.

Ergui o sobrolho, assim que a ouvi entrar no quarto. Estiquei-me o suficiente, para puxar os meus boxers e atirei-lhos para a cara. Comecei-me a rir, feito um doido varrido.

Ai, o idiota. Peguei nos boxers deles e queimei-os instantaneamente - Idiota! - reclamei, olhando para ele. Porra, ele agora estava sem boxers...na minha cama.

- A idiota és tu, que me queimas-te os boxers! - revirei os olhos. Coloquei os braços atrás da cabeça. Não é que me importasse, visto que eu não precisava de roupa, para andar de um lado para o outro.

- Tu é que mos mandaste porra! - respondi. Ele que não me tivesse irritado e eu não o teria feito - agora tapa-te, por amor de deus.