quarto do Justin

-Oh meu Deus já estás a querer dizer que vai haver uma próxima e que nessa próxima vais ser tu a pedir? - brinquei e entrei no quarto encostando a porta. Procurei então o que vestir e deixei cair a toalha começando por vestir os boxers.

-Sim Juju, eu não consigo manter estas mãos marotas longe de ti durante muito tempo. - agitei-as no ar. Saí do quarto e encostei-me à parede do corredor. Virei o pescoço na direção do quarto de Crystal - Meninas preparem-se que estamos quase a ir! - gritei. Voltei a olhar na direção do quarto de Justin e vi que a porta estava aberta e ele estava só de boxers. Podia ter escorregado parede abaixo e ter caído no chão morta naquele segundo. Ai mãe do céu aquelas costas e aquele rabinho de bebé. Cala-te Ana!

- Eu sei que no fundo estás a dizer a verdade. - disse de dentro do quarto e virei-me então para a porta. Só então reparei que tinha deixado uma greta da porta aberta e que Ana estava a olhar por lá. Sorri para mim. Procurei uma t-shirt e uns calções e peguei num snapback que combinasse. Borrifei um bocado do meu perfume favorito e saí do quarto parando ao lado de Ana. - Sempre querem ir lanchar fora?

Se eu pensava que a minha vida estava acabada com ele de costas, morri duas vezes quando ele se virou de frente. E ainda por cima sorriu!!!!!! Quem o mandou sorrir? Fiz força contra a parede numa tentativa de controlar as minhas hormonas de adolescente. Dei o meu melhor para agir o mais normal possível ao vê-lo sair do quarto. Mas ele cheira tão bem... SHIU! - Hum...sim. - respondi muito atrapalhada.

- Tu vais assim né? - gozei com o facto dela estar nas minhas roupas. Ficava linda na mesma com elas. Corri o risco de passar o braço por cima dos seus ombros enquanto esperávamos pelas meninas. O seu cheiro estava misturado com o meu, e não resisti em aproximar o meu rosto da sua cabeça para o inalar melhor. O meu coração acelerou por não saber como ela iria reagir aquela proximidade, provavelmente afastar-me-ia ao em vez de passar o seu braço em volta da minha cintura. Esta incerteza de nunca saber o que ela ia fazer dava comigo em louco, ela não era nem um pouco previsível e eu gostava disso.

-Não é como se tivesse mais alguma para vestir. Alguém me fez sujar a minha roupa. - revirei os olhos na brincadeira, olhando em frente. Arregalei os olhos ao sentir o braço dele em volta dos meus ombros. Não arregales os olhos, não arregales os olhos! Logo quando tinha conseguido acalmar-me - dentro dos possíveis - consegui sentir o nariz dele roçar ao de leve no meu cabelo. Okay, podes arregalar os olhos à vontade. Virei a cara muito depressa na direção da dele e os nossos narizes chocaram - Autch. - ri-me.

- Estás linda assim. - Não estava à espera que ela encurtasse mais ainda o espaço que nos separava. Quando Ana virou a cara e colou o seu nariz ao meu respirei fundo para não a beijar. Agarrei no seu queixo e olhei-a durante um bom bocado. Controla-te Justin, se a beijares agora ela vai-se embora e não é isso que tu queres. Perdi novamente a capacidade de pensar e tentei concentrar-me ao máximo. Respirei fundo e fechei os olhos beijando a ponta do seu nariz.

-O...obrigada. - sorri. Olhei os lábios dele, que estavam incrivelmente próximos dos meus, e depois os seus olhos. Os olhos dele eram tão lindos. Não consegui manter o controlo durante muito tempo, a minha respiração começou a acelerar quando Justin me agarrou no queixo. Mas o que é que ele pensa que vai fazer? Estava cheia de medo que ele me beijasse e eu não fosse capaz de o afastar. Beijou-me apenas no nariz, fazendo-me soltar um suspiro de alívio. Passei discretamente a mão à volta do corpo dele, pousando-a na cintura. Apertei levemente. ATÉ NA CINTURA ELE TEM MÚSCULOS MÃE DA MINHA ALMA!!! - Pai nosso que estás no seu, santificado seja o vosso nome... - calei-me depois de me aperceber que estava a rezar em voz alta.

Gargalhei quando a ouvi rezar em voz alta sem se aperceber. Voltei-me para ela totalmente e envolvi-a nos meus braços abraçando-a ao de leve. Aproximei a minha boca do seu ouvido e senti-a estremecer. - Estás a pedir a Deus que eu te beije? - sussurrei. Era tão bom estar ali a envolvê-la nos meus braços, como se ela fosse tão frágil que tinha a necessidade de eu a proteger.

Justin virou-se completamente para mim, dando-me oportunidade para passar o outro braço à volta da cintura dele. Arrepiei-me toda e provavelmente estremeci quando ele me sussurrou ao ouvido - Não... Estou a pedir a Deus que me dê sanidade mental. - conseguia sentir o coração dele bater contra o meu peito. Estivemos calados por um bocadinho até que quebrei o silencio - Não devíamos estar assim. As princesas podem aparecer a qualquer altura. - olhei-o.

- Já que temos fama de namorados podemos ao menos ter o proveito... - brinquei e apertei-a um pouco mais contra mim. Não ia fazer nada que ela não quisesse. Agarrei o seu rosto com as duas mãos e beijei a sua testa antes de dar um passo atrás e me afastar dela. - Meninas estamos à vossa espera. 

-Diz antes: tu podias antes realizar o teu sonho de ter esta beleza exótica como tua namorada. - pisquei-lhe o olho e ri-me, dando-lhe um encontrão leve. Fiquei muito quieta quando me agarrou na cara mas tudo o que fez foi beijar-me na testa, deixando-me um pouco menos a morrer - Crystal! Molly! Vamos comer montes de doces sem vocês! - esta última frase fê-las vir a correr na nossa direção.

- Eu bem vi como olhas-te para o meu corpinho danone quando me estava a vestir. - denunciei-a e ri-me.  - É verdade, um crepe cheio de chocolate e morangos!. - Não foi preciso dizer mais nada que ambas apareceram num ápice. Agarrei nas duas pequenas debaixo do braço, uma de cada lado, e desci as escadas ouvindo as gargalhadas delas.

-Isso é mentira! Eu estava a olhar para os cortinados... São giros. - inventei. Segui-os nas escadas até chegarmos lá abaixo - Hey! Porque é que eu fico sempre sem miminhos? - perguntei indignada. Cruzei os braços junto ao peito e fiz um beicinho.

- Hum hum, conta-me histórias Anastasia. - quando cheguei lá a baixo baixei-me e abracei as meninas. - Vão dar um beijinho e um abraço à ciumenta da Ana, vá! - dei uma palmadinha ao de leve no rabinho de cada uma e peguei nas chaves de casa abrindo a porta da rua.

Arrepiei-me toda com a maneira como ele pronunciou o meu nome, mas felizmente ele não se apercebeu disso. Sorri toda satisfeita quando ele as poisou no chão e baixei-me, abrindo os braços para ela - Os meus abraços são muito melhores Juju. - deitei-lhe a língua de fora e dei montes de beijos nas meninas, apertando-as contra mim.

- Hum hum, como se não gostasses dos meus. - provoquei esperando que elas saíssem primeiro para eu no fim fechar a porta. - Querem ir de carro ou a pé? 

-E não gosto. - quando passei por ele olhei-o e mordi o lábio demoradamente para o provocar. Desci as escadinhas da entrada e coloquei os meus óculos de sol, esperando por Justin.
-A pé! - Crystal e Molly responderam à pergunta dele - Queremos fingir que somos fadas! - ri-me da resposta delas e vi Justin vir na minha direção. Andar sexy.

- Está bem meninas. - deixei-as ir à frente e quando cheguei ao pé de Ana coloquei um braço em volta da sua cintura beijando o seu rosto. Desde que a beijei pela primeira vez na ponta do seu nariz não a parei de beijar em todos os sítios menos naquele que mais queria.

Encostei-me ligeiramente a ele. Era tão bom estar nos braços dele, sentia-me mais protegida. Era como se tivesse muros à minha volta e ninguém me pudesse atingir - Então agora esta coisa dos beijos tornou-se um hábito? - brinquei.

- Sim, desculpa, mas é inevitável.. - admiti e mordi o lábio ao olha-la nos olhos. As meninas tinham pegado ambas num ramo de árvores e faziam disso as suas varinhas mágicas para serem fadas. Enquanto saltitavam pronunciavam palavras inventadas e agitavam as varinhas no ar como que a fazer feitiços.

-Eu perdoo-te. - mordi também o lábio ao vê-lo morder o dele. Levei uma mão à bochecha dele e apertei-a - Tão fofinho o meu Juju. - ri-me que nem uma criança, acabando por me pôr em bicos de pés e dar-lhe um beijinho onde tinha apertado.

-Já sou teu e tudo, olha a evolução! - provoquei e virei o rosto quando ela me beijou a face que tinha apertado roçando os nossos lábios ao de leve como tinha acontecido na cozinha. - E claro que perdoas, tu gostas.

-Eu não gosto de ti e não disse que eras meu! Ou disse? - fiz uma careta e pensei por um bocadinho - Okay, talvez tenha dito... Mas não foi isso que eu quis dizer!- ri-me. O menino Justin aproveitou-se da nossa aproximação para roçar os lábios nos meus, deixando-me completamente sem defesas - Justin quantos anos tens? - perguntei muito atrapalhada ainda com os nossos lábios ligeiramente colados.