casa de banho

Fui então tomar banho. Deixei a água quente escorrer sobre o meu corpo durante um bom bocado como que a pedir para me lavar os pensamentos. Não podia estar a pensar demasiado nela, não ia dar certo. Depois de me lavar, fechei a água deixando de sentir as pingas finas e tranquilizantes e estiquei o braço  para pegar na toalha, para meu espanto a minha mão não agarrou nada e espreitei para tentar procura-la. - Crystal! - gritei quando reparei que me tinha esquecido de tirar uma toalha do armário que ficava do lado oposto da casa de banho. - CRYSTAL! - gritei mais alto mas sem obter resposta de novo.

Depois de Justin sair da cozinha fui até ao quarto de Crystal, onde ela e a minha irmã brincavam. O quarto era lindo. Aliás, toda a casa era linda. Suspirei. Esperava um dia poder dar à minha irmã um quarto assim. Ouvi Justin chamar o nome da irmã que não fez tenções nenhumas de se levantar.
-Crystal, o teu irmão está a chamar-te. - toquei-lhe no ombro. Ela olhou para mim e sorriu muito angelicalmente.
-Vai tu ver o que ele quer.
-E porque é que eu haveria de ir? - ergui uma sobrancelha, fazendo ar de brincalhona.
-Porque ele gosta de ti. - riu-se. Molly juntou-se a ela e o quarto encheu-se de risinhos.
-Não tem piada meninas! - acabei por me rir também - Eu vou, mas é só desta vez! - elas riram-se ainda mais. Revirei os olhos na brincadeira e segui o som dos gritos. Parei à porta do que devia ser a casa de banho - Justin? Precisas de alguma coisa? 

Estremeci ao ouvir a voz de Ana em vez da de Crystal. - Hum... sim... esqueci-me de tirar a toalha do armário, será que podes tirar? - Não queria que ela pensasse que me estava a aproveitar dela. Sacudi o cabelo com a mão e esperei com a mão esticada que ela entrasse e me entregasse a toalha.

Arregalei os olhos ao ouvir o pedido dele. O que fazer? Entrar ou não entrar? Claro que entras Ana! Coitado do rapaz, só quer a toalha e não tem culpa nenhuma que sejas parva - Sim. - respondi muito depressa. Abri a porta da casa de banho e entrei, vendo-o de mão esticada. Procurei no armário por uma toalha e não demorei a encontrá-la. Deixei-me estar quieta e calada por uns momentos a ouvir a respiração dele, não conseguindo evitar imaginá-lo nu. Abanei a cabeça muito depressa como que para fazer desaparecer aqueles pensamentos e dei dois passos em frente. Infelizmente, como o karma me odeia, tropecei no tape e tombei para a frente, na direção da banheira. Como não tinha onde me apoiar e não queria cair na banheira agarrei a primeira coisa que me apareceu à frente: a mão dele.

Ana foi rápida a encontrar a toalha, mas estava a demorar a entregar-ma. Consegui-a ouvir a sua respiração um pouco mais acelerada que o normal o que me fez ficar nervoso. Ouvi então um barulho e espreitei para ver o que se passava. Em vez de sentir o tecido irregular e macio da toalha na minha mão, senti a mão de Anastasia que se apoiava a mim para não cair depois de ter tropeçado. Ignorei o facto de estar nu e cheguei-me para a frente para a agarrar melhor com as duas mãos e evitar que ela caísse e se magoasse a sério na banheira.

Fiz força na mão dele, apertando-a e tentando ao máximo voltar a ter equilíbrio. Apesar dos meus esforços (fracassados) desandei para a frente e fui apanhada por Justin, que se tinha chegado para a frente provavelmente para me impedir de cair e partir-me toda. Olhei-o nos olhos com os meus arregalados e encostei-lhe a toalha ao peito - Está aqui a toalha! - disse completamente desnorteada. A minha expressão naquele momento devia ser hilariante.

Não consegui evitar uma gargalhada ao olhar para a sua cara atrapalhada. Peguei na toalha e enrolei-a em volta da cintura. - Estás a dever-me dois favores, não te esqueças. - brinquei e saí de dentro da banheira olhando-a mais de perto.

Afastei-me dele muito depressa,certificando-me de que não caía e evitando olhar para baixo. Tinha medo de ver alguma coisa que não queria - Eu trouxe-te a toalha! Isso é um favor tendo em conta que estás nu debaixo dessa toalha e podes violar-me a qualquer altura! - proferi as duas frases muito depressa. Arregalei os olhos e mordi o lábio quando olhei para baixo e me deparei com um corpinho dos deuses.

-Eu nem precisava de te violar, tu vinhas de livre vontade. - brinquei e segui o olhar dela pelo meu corpo soltando um sorriso matreiro. Olhei-me para o espelho e ajeitei o cabelo. - Uma pergunta. Curiosidade apenas. És mesmo distraída ou finges que vais cair para eu te apanhar? - brinquei.

-Nunca. - abanei a cabeça como que a contrariar o que ele me estava a dizer - Não me sorrias assim, Juju. - encostei-me à parede e fiz um grande esforço para me manter concentrada apenas na cara dele. Não consegui evitar rir à gargalhada ao ouvir a pergunta dele - Não! - ri-me ainda mais.

-Pois pois, dizes isso mas no fundo eu sei que o que queres é que eu te abrace. - gargalhei - Sabes que podes pedir, não precisas fingir que vais cair..qualquer dia aleijas-te a sério rapariga. - coloquei a roupa suja dentro do cesto da roupa. - Anda, vou-me vestir no quarto, não precisas de ficar aqui na casa de banho à espera, podes esperar no corredor. - Fiz-lhe sinal com a cabeça.

-Isso não é nem um bocadinho verdade! - desencostei-me da parede - Okay... Da próxima vez que eu quiser ser segurada por esses braços fortes eu lembro-me de pedir... - fiz um ar angelical e bati as pestanas muito depressa - Vai tu primeiro. - ele foi na direção da porta e eu segui logo atrás dele.

- Não me chateio contigo. - sorri-lhe e beijei-lhe a ponta do nariz. Assenti quanto ao andar rápido e passei muito devagar para não fazer barulho pelo quarto das pequenas. Deu para reparar que estavam a preparar-se para irem ver um filme. Boa, tínhamos perto de uma hora, para tomar banho. Quando cheguei à casa de banho pousei Ana no chão e depois de fechar a porta olhei-a de longe observando o seu corpo com os olhos.

Justin levou-me sorrateiramente para a casa de banho. Ao passarmos pelo quarto de Crystal vi que as duas pequeninas estavam entretidas. Parecia que eu não era a única que tinha encontrado refúgio. Molly adorava a nova amiga e apesar da diferença de idades eram praticamente melhores amigas. Estava feliz por ela, ela merecia o melhor do mundo. Quando chegamos à casa de banho ele pousou-me no chão. Aproximei-me da banheira e desviei a cortina - Ainda queres o banho gelado ou preferes quente? - ele não me respondeu logo, fazendo-me virar na direção dele - Damn Juju não me olhes assim. Eu não sou o diabo!

- Escolhe tu, quente ou frio acho que vai ser muito hot. - o meu coração começou a acelerar e fiquei nervoso pelo que se iria passar ali, isto não era mesmo nadaaaa normal. Aproximei-me dela muito calmamente e passei-lhe a mão pelo rosto suavemente e tomei-o nas minhas mãos beijando-a devagarinho.

-É só que se quiseres quente eu posso encher a banheira e fazer espuma. - desde criança que não tomava um banho daqueles cheios de espuma. Agora nunca tinha tempo para isso, tinha sempre coisas que fazer. Durante o beijo senti que alguma coisa não estava bem. Ele normalmente era mais... confiante - Estás nervoso? - perguntei ainda muito próxima dele - Awww estás nervoso. Não fiques. - passei os braços à volta da cintura dele - Estás preparado para o manteres sossegado? - tentei fazê-lo rir.

- Sim, podes fazer isso. - sorri-lhe e peguei na sua mão brincando com ela. Sorri ao vê-la gozar com o facto de eu estar nervoso e baixei o olhar. - Sim, ele está sossegadinho. - dei leves pancadinhas no meu ''amigo'' e olhei-a de novo.

-Vai-te despindo então enquanto eu preparo tudo. - sorri-lhe, trazendo a mão dele até aos meus lábios para a beijar. Dei-lhe vários beijinhos e olhei-o nos olhos - Wow ficaste mesmo sossegado. - ri-me à gargalhada quando bateu no amigo. Baixei-me ligeiramente até estar "cara a cara" com o amigo dele - Tenho pena de ti. - voltei a endireitar-me, dando um beijinho rápido na barriga dele e larguei-o. Virei-me de costas para ele e abri a torneira na água quente.

Fiquei parado a olha-la ainda durante um bocado. E depois comecei a despir-me deixando-me de boxers de novo. Encostei-me à parede a olha-la atentamente enquanto nos preparava o banho. - Adoro ficar parado a olhar para ti, não sei porquê mas adoro.

-Eu compreendo-te. Quando se tem uma beleza destas à frente é difícil não olhar, não é? - ri-me. Só este rapaz... homem, Ana, homem! para me dizer estas coisas. Virei o pescoço na direção dele enquanto esperava que a banheira enchesse - Is this real life? É que eu não tou a acreditar. - mordi o lábio, virando-me logo para a banheira de novo antes que caísse ali sem vida. Deitei o gel de banho e quando já estava cheia o suficiente fechei a torneira.

- Não estás tu nem eu... - Ana tinha acabado de preparar o banho, estava na hora, de tal como eu, ela se libertar das roupas. Encostei a cabeça à parede e deixei-me estar ali a olha-la. - A beleza completa vou eu ver agora. - mordi o lábio.

-Para! Não me digas isso que eu fico com vergonha. - corei. Tinha estado a 'treinar' para não ficar envergonhada em frente a ele mas cá estava eu, vermelhinha que nem um tomate. Levei as mãos à ponta do macacão - Estou profundamente arrependida de te ter mandado despir primeiro. Agora estás aí fixado a olhar para mim! - hesitei em despir-me, mordendo o lábio com força - Go Ana! - cantei para mim mesma. Fechei os olhos e baixei o macacão até ao nível da cintura. A partir daí desceu sozinho até aos meus pés. Baixei-me para o apanhar e quando me levantei vi que Justin tinha um olhar estranho na cara. Não estava a perceber o porquê até que olhei para baixo e vi que hoje tinha decidido usar um sutiã de renda transparente - Porquê eu? Porquê eu? - corei ainda mais.

Ana começou por despir o macacão, mas para meu espanto, o sutiã que ela estava a usar era transparente o que me deu uma visão quase direta para o seu corpo totalmente despido. - Damn... - não conseguia desviar o olhar do seu corpo, ela era tão perfeita. Aproximei-me dela e pousei as mãos na sua cintura subindo uma delas muito lentamente pelo seu corpo seguindo o gesto com o olhar como que a decorar cada parte do seu corpo. A sua pele era quente e a mais macia que eu alguma vez tinha tocado, ela era simplesmente perfeita, tão delicada que eu tinha medo de a magoar só com um simples toque.

A minha respiração começou a acelerar e o meu coração a bater mais depressa assim que o vi caminhar na minha direção. Arrepiei-me com o toque dele. Apesar de eu estar a escaldar o facto de ele me tocar conseguia provocar-me arrepios. Segui a mão dele com o olhar, fitando de seguida a expressão dele. Tinha os lábios ligeiramente entreabertos e, devido à nossa proximidade, conseguia sentir a respiração dele no meu corpo - V...vamos entrar? - perguntei baixinho.