sala de estar e de jantar

Encostei a porta ao sair do quarto das pequenas e gargalhei por Ana estar a fugir de mim. - Má ideia, sabes que a casa é minha e eu sei todos os cantos dela.- Segui o barulho dos seus passos e parei antes de descer as escadas. Eu estava sozinho com ela, podia beija-la, podia abraça-la vezes sem conta. O meu coração disparou mais uma vez o que não era nada normal. Ana estava na sala, consegui-a perceber pelo barulho deste chão ser diferente do do quarto de Crystal. - Baby... - chamei quando a encontrei por fim por detrás do sofá. Estiquei a mão para que se levantasse do chão e sorri-lhe. Não sabia o que fazer.

-Nunca me vais encontrar! - gritei mas não muito alto para não as acordar, tapando a boca para que ele não ouvisse as minhas gargalhadas. Pus-me muito quietinha, quase a reter a respiração quando o ouvi entrar na sala e chamar por mim - Como é que me encontraste? - resmunguei. Aceitei a mão dele e levantei-me, ficando frente a frente com ele. Ficamos os dois em silêncio completamente com cara de parvos. Decidi tomar iniciativa e conduzi-nos até ao sofá, sentando-me e puxando-o para se sentar a meu lado - Queres ver um filme? - mordisquei o lábio.

- Já te disse, é a minha casa, eu conheço-a como a palma das minhas mãos. - gargalhei e sentei-me a seu lado. - Sim, pode ser, que tipo de filme gostas? - peguei na sua mão e brinquei com os seus dedos. - Tenho todo o tipo de filmes, escolhe um. - olhei-a. - A minha mãe adora cinema. - expliquei o facto só para ela não pensar mais uma vez que aquela luxuria se devia a eu ser um menino daqueles riquinhos que não têm noção daquilo que têm.

-Eu gosto de romances. - ri-me. Por vezes podia ser um bocado anti-amor, como provavelmente já tinha dado para reparar, mas lá no fundo até gostava de romantismos. Mas só de vez em quando! - Eu também gosto de cinema. - sorri-lhe, e trouxe a mão dele até aos meus lábios, beijando-lhe os nós dos dedos carinhosamente. Larguei-o e levantei-me, indo até ao armário ao lado da televisão onde estavam montes de DVD's. Escolhi um, mostrando-lhe a capa. P.s: I love you. Perfeito. Liguei a televisão - após estar algum tempo a tentar descobrir como é que se ligava aquela engenhoca - e por fim pus o filme no DVD, voltando a ir sentar-me junto dele.

- Quem diria que eras uma menina de romances. - gozei e puxei-a mais para mim quando se sentou ao meu lado. Tentei concentrar-me na televisão mas de dois em dois segundos olhava para Ana. A vontade de a beijar continuava ali. Esfreguei a mão na cara para tentar parar com os pensamentos e levantei-me para ir à cozinha buscar pipocas. - Ver um filme sem pipocas é que não. - disse e estendi-lhe a taça.

-Quem diria que eu estaria aqui contigo a ver um filme no teu sofá. - aconcheguei-me no peito dele, fazendo uma expressão confusa quando o vi levantar-se. Encolhi os ombros e esperei que voltasse. E voltou mesmo, com uma taça cheia de pipocas. Sorri e agarrei-a, abraçando-a - Pipoquinhas lindas. - gozei. Justin sentou-se e eu aproveitei para me aconchegar nele de novo. Tirei uma pipoca do balde e pu-la à frente da boca dele - Pipoca? - quando ele abriu a boca enfiei a pipoca dentro da minha muito rapidamente.

Aconcheguei-a a mim e ri-me com a brincadeira dela. - Queres brincar não é Anastasia? - sorri e tirei uma pipoca da taça. - Pipoca? - disse direccionando a mesma à sua boca. Quando a vi aproximar a boca da minha mão para tirar a pipoca de entre os meus dedos atirei a pipoca para o chão e agarrei no seu rosto juntando os nossos lábios para um beijo curto e inesperado.

-Uhhh ficas com um ar tão autoritário quando me chamas Anastasia. Quase que fico com medo. - pisquei-lhe o olho. Feita parva caí na rede dele e ao aproximar-me da sua mão para comer a pipoca fui surpreendida pelos seus lábios. Fiquei a olhá-lo fixamente, bastante atordoada com aquele beijo - És tão espertinho Juju. - mordi-lhe o lóbulo da orelha tal como tinha feito na pastelaria, mas desta vez mais demoradamente.

- É, dizem que sim... - mordi o lábio quando ela me mordeu o lóbulo da orelha e puxei-a para mim pela cintura deixando-a semi deitada. Inclinei-me para a frente e beijei-a mais demoradamente, ou melhor, beijei-a a sério. Senti-a que podia passar ali horas com ela assim, sem me fartar, só entre beijinhos e caricias.

-Quem é que diz isso? Só eu é que posso chamar-te espertinho. Eu e a tua mãe! - parei de falar por completo ao ser puxada para ele e de seguida quase deitada no sofá. Pensava que ele fosse apenas beijar-me levemente, apanhando-me completamente desprevenida quando me beijou a sério. Pus um braço à volta do pescoço dele e subi a mão até ao tão famoso cabelo, deixando a outra descansar na sua cintura - E o filme? - perguntei completamente corada ainda com os lábios praticamente colados aos dele. Nunca lhe tinha dito mas era a primeira vez que beijava alguém. E no entanto não estava assustada de todo. Com ele não tinha medo.

-Hum, claro, o filme... - Ela apanhou-me completamente desprevenido, já nem me lembrava que era suposto estarmos a ver o filme. Beijei-a ao de leve mais uma vez e sentei-me direito no sofá puxando-a para que se sentasse também. Encostei-a ao meu peito e beijei a sua testa enquanto lhe levava pipocas à boca. Passei o tempo todo a pensar beijar os seus lábios, agora que já o tinha feito, só me apetecia repetir e não parar.

Encostei a cabeça ao peito dele, sendo capaz de me concentrar no filme ou sequer olhar para o ecrã. A minha mente estava num turbilhão de emoções. A imagem dele a beijar-me invadia-me o pensamento constantemente e impedia-me de raciocinar como devia ser. O meu corpo, esse, estava dormente com exceção à minha mão que, de tempo a tempo, se afundava na taça das pipocas para tirar algumas. O facto de estar tão coladinha a ele não ajudava na minha recuperação. O cheiro dele invadia-me as narinas constantemente, impedindo-me de esquecer o que tinha acabado de acontecer. Mas eu também não queria esquecer. Queria mais.

Acariciei o seu rosto com a minha mão passando os dedos pelos seus lábios de vez em quando. Queria beija-la e deixei o filme de lado ficando a contempla-la e a lembrar-me dos seus lábios colados aos meus vezes sem conta. Mordi o lábio só de pensar e tentei controlar-me ao máximo para não a beijar de novo mas não estava a conseguir. - Ana... - disse com a voz meio rouca fazendo-a olhar para mim.

Sorri quando comecei a sentir as carícias dele no meu rosto, beijando-lhe os dedos cada vez que passava pelos meus lábios. Não estava a conseguir manter-me controlada e pelo bater do coração dele conseguia perceber que a tarefa não estava a ser fácil para o lado dele. Estremeci da cabeça aos pés assim que ouvi aquela voz rouca que foi capaz de me despertar um desejo quase incontrolável - Sim? - sentei-me mais direita no sofá, fitando os seus olhos.

Fechei os olhos e tentei concentrar-me. - Hum... esquece... - disse fitando os seus lábios. - É só que....- mordi o lábio inferior. - Só me apetece beijar-te. - admiti por fim, mas nada fiz para encurtar o espaço entre nós, esperei para ver o que ela iria fazer para responder a esta confissão.

Decidi brincar com ele. Se ele podia fazer-me partidas e deixar-me completamente doidinha eu também podia - O quê? Mas o que é que te deu para pensares que me podias beijar? - a parte mais gira de enganar as pessoas era que a minha atuação era tão convincente que elas acreditavam sempre. Tirei a taça das pipocas do meu colo e afastei-me dele, levantando-me do sofá - Aliás nunca te devia ter beijado. Só te queres aproveitar de mim porque sou nova e nunca estive com ninguém. - virei a cara para o outro lado quando me deu vontade de rir.

Afastei-me rapidamente dela. - Ana, não é nada disso que estás a pensar, eu juro, eu não me quero aproximar de ti e eu só disse que queria beijar-te não que podia, desculpa. - falei tão rápido que tive a sensação que ela só tinha apanhado as duas primeiras palavras. Levantei-me do sofá também e fiquei a olha-la. - Já parei, não vou beijar-te, calma. - olhei-a de longe sem saber o que fazer. Mas que raio lhe tinha passado pela cabeça?

Continuei virada de costas para ele, tapando a boca com as duas mãos. Estava a ficar cada vez mais difícil não rir. Coitadinho do meu Juju. Estava mesmo a levar a sério. Destapei a boca quando me senti controlada o suficiente e virei-me na direção dele, correndo para os seus braços - Just kidding. -ri-me à gargalhada. O meu corpo embateu no dele e eu agarrei-me a ele para não desandar para trás - És tão querido quando tens medo. - mexi-lhe no cabelo.

- Estavas a gozar com a minha cara mais uma vez? - perguntei incrédulo. E eu que parecia um menino sempre que pensava que ela estava a falar a sério a dizer este tipo de coisas. - Só por causa disso não te vou beijar mesmo. - puxei-a pela cintura quando se aproximou de mim. - E tu vais ficar loca de desejo por um beijo meu.

-Estava! - exclamei radiante, sorrindo muito angelicalmente - Então não beijes. Eu sei que não vais aguentar muito tempo longe de mim e dos meus lábios de seda. - lambi-os - Ou melhor... não vais aguentar tempo nenhum. - pus-me em bicos de pés e rocei os nossos lábios.

Peguei nela ao colo e humedeci os lábios mordendo o inferior. Fingi que ia beija-la mas apenas rocei os nossos narizes. Ela tinha razão, eu não ia aguentar muito tempo, mas ela também não ia. Rocei os nossos lábios também e mordisquei-lhe o lábio. - Hum...quem está tentada a beijar-me agora? - desci os beijos até ao seu pescoço e apertei ligeiramente as suas ancas que envolviam a minha cintura.

Dei um saltinho para o colo dele e enrolei as pernas à volta da cintura dele. Sentia-me prestes a dar em doida com todos aqueles joguinhos que estávamos sempre para fazer - Justin, Justin, Justin. Já devias saber que comigo não se brinca. - toquei-lhe no queixo, virando-lhe a cara ligeiramente para o lado e distribui-lhe pequenas mordidelas pela pescoço. Movi o meu corpo contra o dele como que a fazer uma onda quando me apertou as ancas.

Fechei os olhos e levei a mão ao seu cabelo pressionando ligeiramente a sua cabeça contra o meu pescoço. Encostei Ana à parede e coloquei-lhe a mão na anca despida, pois com os movimentos a sua camisola tinha subido. - Eu sou resistente. - disse com a voz rouca perto do seu ouvido. Apertei-a mais contra mim como se fosse possível.

-Desta vez temos que ter cuidado para não fazer estragos. - continuei a mordiscar-lhe o pescoço, subindo para o maxilar quando me cansei de o massacrar naquela zona - Já tens vontade de me beijar agora? - encostei-me por completo à parede, afastando-me dele por uns momentos. Passei-lhe a mão no cabelo e olhei-o nos olhos.